Crônica dos Dias cingido com John Coltrane ouvindo a chuva...
Foto: Everaldo YgorCrônica dos Dias cingido com John Coltrane ouvindo a chuva...
Em Sampa já fazem dias que a chuva não para, parece até Macondo da obra Cem Anos de Solidão do mestre Gabriel Garcia Márquez. Dias para se apreciar o Jazz, MPB antiga, bons Livros, fazer Poesia, fotografar a chuva e a Saudade. Escrevendo, preenchendo espaços brancos, vazios sem linhas sem luzes. Missivista dessa intempérie me tornei colocando olhares e lábios diante a precipitação.
Saio na chuva para sentir as primeiras águas, vão aguar meus pensamentos, minha infância perdida, vai inspirar ou transbordar a mente vazia... Depois espiar calmamente pela janela vitral a névoa, a chuva e pessoas caminhando rápido no asfalto. Algumas transpiram gotas, outras recebem livremente em sua face morna gotas serenas. Lento prelúdio de gestos em flores. Nenhuma revoada de pássaros, nem Sol, completando assim o quadro bucólico dos Dias degustando um bom vinho ao som do fraterno Coltrane.
Essa chuva vai regar novas idéias, lavar vaidades, dar vida ao mundo dos vegetais, encher Rios e Mares, alimentar sonhos... As árvores parecem preguiçosas nas calçadas e praças... Mas, não vai regrar a Poesia. Vou viajar na vastidão dos olhos, na imaginação lírica de constelações de palavras e corpos de caminhos inquietos ao som da chuva.
Fazer uma poesia, sem toda essa melancolia, fazer cigano de mim mesmo, navegar na cheia de pensamentos, criar algo novo/velho sem amarras ou grilhões... No transcorrer desse tempo, de batidas fatídicas do coração. Experimento sabores cítricos de beijos, as cantigas de Amor vão tilintar junto aos pingos da chuva, ora fria, ora quente, mas que bela chuva! A Noite a Lua vai Encher, mas só as Nuvens vão contemplar.
Nesse meu hermetismo clássico vou escrevendo envolto ao eterno jogo lingüístico da adjetivação, do simbolismo, da música, da rima e da métrica - definitivamente sem os dois, das palavras concretas, surreais.
Em Sampa já fazem dias que a chuva não para, parece até Macondo da obra Cem Anos de Solidão do mestre Gabriel Garcia Márquez. Dias para se apreciar o Jazz, MPB antiga, bons Livros, fazer Poesia, fotografar a chuva e a Saudade. Escrevendo, preenchendo espaços brancos, vazios sem linhas sem luzes. Missivista dessa intempérie me tornei colocando olhares e lábios diante a precipitação.
Saio na chuva para sentir as primeiras águas, vão aguar meus pensamentos, minha infância perdida, vai inspirar ou transbordar a mente vazia... Depois espiar calmamente pela janela vitral a névoa, a chuva e pessoas caminhando rápido no asfalto. Algumas transpiram gotas, outras recebem livremente em sua face morna gotas serenas. Lento prelúdio de gestos em flores. Nenhuma revoada de pássaros, nem Sol, completando assim o quadro bucólico dos Dias degustando um bom vinho ao som do fraterno Coltrane.
Essa chuva vai regar novas idéias, lavar vaidades, dar vida ao mundo dos vegetais, encher Rios e Mares, alimentar sonhos... As árvores parecem preguiçosas nas calçadas e praças... Mas, não vai regrar a Poesia. Vou viajar na vastidão dos olhos, na imaginação lírica de constelações de palavras e corpos de caminhos inquietos ao som da chuva.
Fazer uma poesia, sem toda essa melancolia, fazer cigano de mim mesmo, navegar na cheia de pensamentos, criar algo novo/velho sem amarras ou grilhões... No transcorrer desse tempo, de batidas fatídicas do coração. Experimento sabores cítricos de beijos, as cantigas de Amor vão tilintar junto aos pingos da chuva, ora fria, ora quente, mas que bela chuva! A Noite a Lua vai Encher, mas só as Nuvens vão contemplar.
Nesse meu hermetismo clássico vou escrevendo envolto ao eterno jogo lingüístico da adjetivação, do simbolismo, da música, da rima e da métrica - definitivamente sem os dois, das palavras concretas, surreais.
Quero Ser um trovador mambembe de folhas em branco, pálidas tépidas. Procurando o porto da calmaria, próximo das corredeiras, procurando expor sentimentos, encontrando poemas perdidos empoeirados, em porões bem fechados. Difícil Arte de narrar pensamentos sem sabedoria alguma, mas com a Sensibilidade de sutis indolentes gotas de chuva, nas imagens sufocantes do Portishead.
Passam nuvens rápidas - Águas livres vão desaguar.
Quando o Ser e sua folha já rabiscada se molharam, entornaram na alegria efêmera, o espírito foi lavado, Seu pensamento era único, um Sonho de um dia deixar de Ser uma cópia Xerox para se tornar uma Folha de Papel
Original...
Everaldo Ygor
18,19,20 e 21.01.2008
Passam nuvens rápidas - Águas livres vão desaguar.
Quando o Ser e sua folha já rabiscada se molharam, entornaram na alegria efêmera, o espírito foi lavado, Seu pensamento era único, um Sonho de um dia deixar de Ser uma cópia Xerox para se tornar uma Folha de Papel
Original...
Everaldo Ygor
18,19,20 e 21.01.2008
65 comentários:
Crônica muito bem elaborada, parabens, gostei muito do seu blog, espero que goste do meu tbm>
http://www.areaconfidencial.blogspot.com/
obs> isto é um convite!
gstei daqui.
muito bom!!!
http://blogdocranio.blogspot.com/
Bucólico, muito bucólico!
Amo seus textos e poesias, cara!!!!!!
Haha, eu tive de reler o texto novamente.
É que na pressa não fez sentido algum para mim.
Mas, agora, putz, que belo texto.
:)
Sobre a chuva, eu prefiro ouvir uma música e me molhar nela.
Sem raio, é lógico.
:D
muito bem
amei
bjusss
Ótimo texto e ótimas referências!
Parabéns pelo blog, muito interessante!
Abraços
Fernanda
eee.novasvisoes.com.br
parabens pela cronica, muito bem escrita, parabens pelo blog
www.falsarealidade.blogspot.com
Crônica fantástica!
Gostei daquela parte em que a 'chuva vai dar vida ao mundo dos vegetais', simpatizei...
http://olharespurpura.blog.terra.com.br
realmente é mt bom ficar em casa relaxado e apreciando coisas simples como a música ou um livro...
mas to meio cansado dessa chuvarada já...rsrs
fim de semana nada de chuva!
abraço, cara!
ai, a chuva deixa todo mundo assim...e quando se ouve boa música.
bjos!
Bem escrita e instigante. Uma viagem na alma do escritor. Excelente.
E que essa chuva caia para não só nos levar para um estado de graça, mas que caia para nos purificar. =D
posso ser chata? não vai me xingar?
então lá vai, tem um erro logo no começo, você não podia ter flexionado o verbo fazer
Podia sim...
A poesia pode fazer uso da chamada licença poética, que é a permissão para extrapolar o uso da norma culta da língua, tomando a liberdade necessária para recorrer a recursos como o uso de palavras de baixo-calão, desvios da norma ortográfica que se aproximam mais da linguagem falada ou a utilização de figuras de estilo como a hipérbole ou outras que assumem o carácter "fingidor" da poesia, de acordo com a conhecida fórmula de Fernando Pessoa ("O poeta é um fingidor").
Nossa! Muito bom esse texto! Gostei da forma que escreve, usando belas palavras. Parabéns!!
Ah, a foto também é ótima!
Abraços!
Rapaz li o poema do post passado. Amei.
A foto sintetizou bem suas palavras.
Gosto dos seus poemas amigo Ygor.
De um poeticidade incrível, colega. Os dias que o céu chora causam certo encantamento nas coisas. Porém, não é a água o fator determinante disto.
Vou colocar teu blog nos favoritos do meu (www.poeses.blogspot.com).
Abraço.
Retribuindo a visita!!
=]
beijO
gostei muito
blog otimo
boas cronicas
http://novidadesdeplaystions.blogspot.com/
Simpatizei com o modo como escreve, texto muito bem elaborado, me lembra as aulas sobre escolas literarias em literatura hehehe
Pobre Otário
olá, Everaldo!
hoje também fiz o poema sobre a chuva... Engraçado que é mesmo a descrição de tudo que aconteceu (fiquei da janela observando em uma montanha a chuva correr, ouvi o barulho, mas não estava chovendo ainda onde moro)... Nunca tinha sentido algo como senti hoje; meio inexplicável, diferente. A chuva proporciona momentos assim.
adorei seu texto. completa tudo o que eu não consegui dizer no meu. rs =]
posso adicionar seu blog aos meus favoritos?
boa quarta-feira!
abraço!
Axo ki jah passei akii!!
ms por comprometimento com a comuu..
olha eu di novoo!!
Sobre a poesia e a melancolia, creio que a melancolia ajuda a fluir uma boa poesia.
Bom...
Muito bom!
Águas livres vão desaguar. Vc desagua como água, livre e aberto nesse texto. Adoro ler vc, sabia?
Belissimo!
vou te linkar, tb gosto mto do teu blog!
me senti molhada pela chuva...
Adorei a crônica, muito bacana. E descreve bem os dias em Sampa, com essa chuvarada toda.
=)
è sempre bom visitar esse blog!
Del
Se o texto não tivesse ficado espetacular, só pelas referencias já estaria de bom tamanho!
John Coltrane lembra muito o meu namorado!
Pra mim foi uma sensação de ser transportada para esse dia chuvoso, ouvindo os pingos de chuva lá fora formando uma sinfonia embalada pela saudade e a calmaria!
Perfeito!!
"Chove chuva, chove sem parar..."
Adoro esses dias modorrentos, pois nos lembram episódios que de início são ignorados, mas que fazem parte de nosso íntimo, tão quanto nosso coração...
Valeu pela visita Everaldo.
Abraços e tbm gostei de seu blog!!
Sucesso, irmãozinho!!
Marcos Lima
Gostei dessa cronica
www.jovenseperdido.blogspot.com
é nom ouvir a chuva e estar em casa em boa companhia ehehe.
..
obg pelos seus comentários gentis :)
Minha pequenissima cidade fica à beira-mar plantada, talvez por isso divague mt sobre o mar.
bjs
a.
Essa chuva vai regar novas idéias...Mas, não vai regrar a Poesia!
Li seu texto durante uma chuva vespertina.
Achei instigante sua colocação final sobre deixar de ser xerox e virar folha de papel...Gostei de ter colocado esses elementos do cotidiano mais comum. Gosto do contraste.
Tá sentindo falta de Paranapiacaba né? rsrsrsrs
Dá uma olhada lá... fiz uma singela homenagem ao Heath Ledger...
Realmente pensei em Paranapiacaba, no nevoeiro, em trilhos e vagões vazios e molhados... Deveria ter ido debaixo de chuva mesmo para captar essa poesia...
rapaz.. não curto mto poesia não..
mas pelo que eu vi.. vc tem boas escolhas!!
parabens!!
http://zehmarmita.blogspot.com/
bparabéns!!!
http://turismojvictor.blogspot.com/
Olá moço, boa noite!
Devo confessar que fico super feliz ao ler seus comentários. Sempre certos e certeiros. Ah se todos os “comentaristas blogueiros” fossem assim...!
Além de claro, ser um prazer (de fome mesmo, e de comentários também) receber sua visita, sempre!
Quanto ao seu texto... Maravilhoso! Como sempre. Adoro chuva. Ela inspira. E inspiração traz acalento, para alma, para o ser, - o todo do poeta, ou daquele que brinca de escrever (ou ainda simplesmente se delicia com a leitura). Mesmo a chuva tendo uma característica fria e melancólica... Assim, aquece!
E como aqueceu. Tanto que cresceu, como chama que queima em brasa e se espalha por todos os cantos... Palavras foram surgindo, e aqui, neste momento, se fizeram belas. Transcorreram pelo papel, pelo teclado, pelo monitor, e cá estão a me encantar! Tamanha sua originalidade. – Bela (repito, licença de poeta, que claro, é um eterno “fingidor”)!
Continue “fingindo” sempre, mais e mais. E com ou sem fome, te aguardo por lá (Blog)!
Muito bom como você descreve as coisas, os lugares etc. Ótima crônica e uma bela referência no texto: Gabriel Garcia Marquez, fantástico.
Meus parabéns e pratique mais crônica, pois esta é uma ótima maravilha de escrita.
Bom blog.
Abraço!
http://calangonetnews.blogspot.com/
Show de bola...
http://www.piadashowdebola.blogspot.com/
Everaldo, a nova ordem ordem, não é uma coisa nescessariamente uma coisa boa...
quanto a sua crônica esta perfeita gostei muito..
[]s L.Sakssida
Gostei muto desse lugar!!
voltarei aki + vezes!!
beijOO
Eu gosto de dias chuvosos. Me inspiram.
Porém, se preciso sair de casa neles, acabam me deixando é muito irritada, isso sim!
Parabens pelo otimo post.
[blue]
Everardo
O bom e velho rock rolando, a chuva e o sol, o frio e o calor...
Assim caminha a humanidade.
Abraço.
Perfeição de crônica essa sua... Coltrane, chuva, whisky e charutos são as adjetivações perfeitas para aqueles dias em que se quer refletir, ou simplismente se sentir bem e relaxar.
Abraços
http://espadadotemplario.blogspot.com/
se tivesse chovendo aqui, esse texto ia ficar no grau!
mais uma vez discordo do que parece ser o senso comum...
esse parece ser um texto muito bem vivido! pois tem honestidade de expressão... não te preocupas em elaborar com perfeição pois essa é inerente a qualquer coisa escrita com verdade, com vivência, com emoção!
elogiar você é um pleonasmo, por isso me contenho à análise
Jonh Contrane... um libra ascendente peixes que nem eu (sei q isso não tem nada a ver, mas é necessário para o destilar da minha vaidade de metido a músico e compositor)
passa lá em casa qq hora, pra votar na enquete
abraço!
Isso lembra duas coisas:
- "A Janela Mágica" de Cecília Meireles;
- "Aspectos da Literatura Brasileira" de Mário de Andrade.
E mais outra coisa:
Quando lhe perguntaram o que queria ser quando crescesse, não vacilou: televisão.
Etc:
Acordei Bemol. Tudo estava sustenido. Sol fazia. Só não fazia sentido.
(Paulo)
gostei do cavalinho!
www.webtecnologias.blogspot.com
Oii.
Eu aqui de novo para comentar sobre mais um excelente texto deste meu colega blogueiro.
Gostei bem desta parte:
'chuva vai dar vida ao mundo dos vegetais'
Chuva? Sempre me vem a cabeça banho de chuva + café quentinho + ouvir os berros do Cazuza.
[Combinação perfeita!!!]
Abraços
bom..........
Muito bonito o texto, a chuva realmente trás certos sentimentos à tona.
E interessante como colocou dois textos em um.
O texto documental em si e um outro paralelo traçado e deixado claro quando vemos os pontos em itálico.
Teria sido proposital?
Esta deve ser a quarta remissão ao elemento "chuva" que encontro poetisado nos blogs da vida esta semana.
Não, não estou lhe acusando de falta de criatividade! Calma lá rs
Mas eu entendo este fenômeno. A chuva deve ser o mais poético dos elementos naturais. E isso talvez se deva à sua própria natureza: a água, ao ser colocada dentro de um recipiente, se molda a ele - se torna o próprio receptáculo.
Por este motivo, ela é tão "poetizável": porque ela adquire, nas mãos de um experiente artesão, a mesma bela forma do lindo receptáculo no qual ela se encerra... E por isso é tão utilizada por tantos artífices da poesia.
E você, meu amigo, é um excelente artesão, fato atestado pelas suas obras...
Perdão pelo post duplo, mas acabei de ler o comentário acima do Dragus, e percepi o que minha dislexia não me permitiu vislumbrar antes...
É... Você é realmente genial...
Nem tenho mais o que dizer, apenas meus sinceros parabéns!
Nossa.....sua Crônica e perfeita...nossa...dd+++
http://lg7fortalezace.blogspot.com/
Tks
Luiz Guilherme By Lg7
A chuva sempre é um elemento que nos traz inspirações.
Como esta sua bela crônica... que englobou elementos variados com perfeição!
Amei.
;D
BJus
P.S. Adoro 100 anos de Solidão!
everardo acho que cê esqueceu de comentar o meu último post (Pré), conforme ficou de fazê-lo na comu do orkut, e caso tenha sido um mal entendido o motivo, eu comentei nesse post dia 24/01 as 17:33, conforme havia prometido no orkut
sem mais delongas, abraço!
Feito!
Acho que a mensagem se perdeu...
Abraços
Bela prosa poética. Gostei de verdade e não apenas elogio por elogiar, não. Vc tem talento.
Parabéns.
Hoje eu coloquei em prática tua sugestão...Fiz uma seleção aqui só de Miles Davis, Charlie Parker, e claro, o inconfundível Coltrane pra ouvir durante uma tempestade..
Realmente uma música de bom gosto e agradabilíssima aos ouvidos
Abraços
http://espadadotemplario.blogspot.com/
Bom sou do Lapiseira & Papel e estou dando uma de boa samaritana e retribuindo alguns comentários...
Nunca tinha vindo aqui, já faz um tempo q tava pensando em dar uma passadinha no seu blog...
bom vamos ao comentário da crônica:
Vou ser sincera, por causa do meu déficit de atenção é impossivel eu chegar ao fim do seu texto, mas ai eu passei o olho no corpo do texto e captei a essência da coisa:
Em Sampa
Saio na chuva
Essa chuva vai
Fazer uma poesia
Nesse meu hermetismo
Quero ser um trovador
Original...
bom oq posso falar? já tive uma experiencia de tomar uma garoa paulistana, chegar em casa e criar um texto rsrsrs.
bjosss
Vim passear e não encontrei novidade...
"Quero Ser um trovador mambembe de folhas em branco, pálidas tépidas."
Eu me sinto assim, como voce, uma trovadora mambembe e oscilante,rs.
ótima crônica.
abraço
MAs que texto bem escrito, poético, apesar de prosa, grande, apesar de curto, intenso, apesar de sutil... Gostei bastante... E o melhor de tudo, sobre um tema tão corriqueiro.
http://www.auquemia.blogspot.com
legal ! =]
Agora vc descamba para um texto neobarroco.
Surpreendente como vc não segue apenas uma linha. Em muitos casos isso é bom.
Prosa barroca em pleno século XXI.
E Coltrane é sempre bem-vindo.
Tenho tudo. Rigorosamente tudo.
Valeu o texto.
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