terça-feira, 15 de junho de 2010

Inquietude

Fonte: Google

A inquietude é assinatura das linhas, pulso de vida, pulso das letras todas. Move-se por campos interiores, definitivamente fora do cotidiano, lentamente, mergulha em regiões frias, desoladas de ordem. E o olhar é companheiro, alma sobrevivente em tamanha caminhada, circular e infinita em seu fim.
Tem ecos nas vísceras, no coração, mas também tem raízes de uma árvore gigante, invertida em sua origem. A solidão forja novas velhas criações, fotos e poesias vazias em sua plenitude, feridas no centro nervoso, individuais em sua arte, em seu momento sutil e breve – efêmero arrepio irrigado pelo frio intenso.
O mundo vai consumindo seu tóxico predileto, vai socializando a fumaça, a radiação e todo o tipo de lixo que não se pode reciclar, mas os resquícios da escrita, da ilusão adjetiva ainda estão lá. Em uma guerra de vários fronts, guerra sem vencedor, sem noção, sem o sem...
Céticos inquietos, povoam os espaços, e até as flexões diversas, semeiam a discórdia do eu em um envelhecimento sem sentido, cruel, senil de crescimento e jovem em sua plena solidão. Carentes do verbo e do vento, depurando a inércia dos confins de ti mesmo... Corroendo os mesmos caminhos antes percorridos - a vitalidade míngua, a vaidade reina, e a verdade anacrônica em sua essência pátria deixa para trás a velha inquietude dos dias.