domingo, 30 de setembro de 2007

O Santo Guerreiro e o Herói Desajustado


Foto: Umberto Alitto

Um espetáculo carnavalesco promove o encontro entre um grande clássico da literatura mundial e as tradições populares brasileiras. O espetáculo O santo guerreiro e o herói desajustado faz uma
fusão entre as histórias de Dom Quixote de La
Mancha e São Jorge Guerreiro.O espetáculo se passa em uma metrópole onde Dom Quixote enxerga a imagem de sua amada Dulcinéia. Porém, seus nobres ideais de vida entram em choque com as regras e as leis desta cidade. O fidalgo e seu companheiro Sancho Pança se sentem perdidos a esta contemporaneidade e são ajudados por São Jorge, o santo popular, que lhes ensina novos valores. Desenvolvido com em um desfile de escola de samba, com carros alegóricos em formas de barcos e samba-enredo, a peça tem a intenção de fazer uma reflexão sobre o sentido do herói nas grandes metrópoles.




Vamos Festejar
(Marcelo Reis)

Vem...
Vamos festejar
Vamos festejar
O teatro se levanta
É Dom Quixote e Sancho Pança
É São Jorge em seu cavalo
Que vem nos visitar

Hoje eu acordei
De um sonho tão bonito
Que Brasil tão colorido
De gente alegre a brincar

Meu Deus quanta satisfação
A cidade sem miséria...
O povo bem tratado!
Uma revolução!

Acorda meu povo
Vem aprender a sonhar
Dom Quixote apaixonado
Num mundo civilizado
Vive sempre a penar!

O SANTO GUERREIRO E O HERÓI DESAJUSTADO
CIA. SÃO JORGE DE VARIEDADES
Local: Praça da República - SP - Metrô República - Data(s): De 15 de setembro a 28 de outubro. Horário(s): Sexta 12h, sábado e domingo, 16h. "Gratuito"
* Segue minhas impressões desse domingo feliz, frio e nublado, que clareou por volta das 16h.
A peça é uma grande e surreal roda, ciranda daquelas que não dá para ficar de fora...
Ao som da batucada, do Congo, da gente, rodopiamos no final... Do devaneio de um recital urbano. É uma manifestação bastante comunitária no que restou da Praça da Republica, na Região Central, ao poluído ar livre de Sampa,
"O Santo Guerreiro e o Herói Desajustado" leva para o abismo do Herói, para os porões de nossa cidade, São Paulo, para os nossos velhos novos dias, o melhor a fazer é beijar a flâmula do Santo e rodopiar ao som da Cia São Jorge de Variedades, ao qual sou devoto. Enfim, espetáculo imperdível... Em beijo Everaldo Ygor!

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

18:46 - 3333...

JEAN ARTHUR RIMBAUD

JEAN ARTHUR RIMBAUD

MANHÃ
Fui eu que tive, um dia, uma juventude adorável, heróica, fabulosa, digna de ser escrita em lâminas de oiro? - excessiva ventura! Por que crime, por que erro mereço a minha fraqueza de hoje? Vós, que julgais que os bichos soluçam de dor, que os doentes desesperam, que a morte tem pesadelos, contai a minha queda e o meu estupor. Eu, não me explico melhor do que um pedinte a entaramelar Paters e Ave-Marias. Já Não sei falar! No entanto, creio ter findo hoje a relação do meu inferno. Era bem o inferno; o antigo, aquele a que o filho do homem escancarou os portais. No mesmo deserto, sob a mesma noite, sempre os meus olhos lassos se levantam para a estrela de prata, sem que os Reis da vida, os três magos, coração, alma, espírito, respondam. Quando iremos, para além dos desertos e dos montes, saudar o nascimento do trabalho novo, a nova sabedoria, a queda dos tiranos e dos demónios, o fim da superstição, adorar - nós os primeiros! - o Natal sobre a terra! O cantar dos céus, a marcha dos povos! Escravos, não amaldiçoemos a vida!
Tradução Mário Cesariny
Jean Arthur Rimbaud(1854-1891)
(Iluminações - Uma Cerveja no Inferno, Assírio & Alvim, 1999)

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

POETAR

Vou poetar próximo de...

Cômoros corporais

Cômoros Pectus

Peitos, balas bolas bolachas.

Persona Lascívia

De brincadeiras

De embriaguez dominical

Vou liberar dessa moldura

Esperma em via laringotraqueal

Distonia do falo

Da fala

Da glande

Do desejo

Penitência dos Sentidos

Boca, bocas, poemas.

No poente de seus olhos

Na madeira açu, no centro...

Em bandas de lá

Do dia

Após dia...


continua...

Da obra inédita - Contos Eróticos de Everaldo Ygor. 2005.

Aos poetas clássicos - PATATIVA DO ASSARÉ

Poetas niversitário,
Poetas de Cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia;
Se a gente canta o que pensa,
Eu quero pedir licença,
Pois mesmo sem português
Neste livrinho apresento
O prazê e o sofrimento
De um poeta camponês.

Eu nasci aqui no mato,
Vivi sempre a trabaiá,
Neste meu pobre recato,
Eu não pude estudá.
No verdô de minha idade,
Só tive a felicidade
De dá um pequeno insaio
In dois livro do iscritô,
O famoso professô
Filisberto de Carvaio.

No premêro livro havia
Belas figuras na capa,
E no começo se lia:
A pá — O dedo do Papa,
Papa, pia, dedo, dado,
Pua, o pote de melado,
Dá-me o dado, a fera é má
E tantas coisa bonita,
Qui o meu coração parpita
Quando eu pego a rescordá.

Foi os livro de valô
Mais maió que vi no mundo,
Apenas daquele autô
Li o premêro e o segundo;
Mas, porém, esta leitura,
Me tirô da treva escura,
Mostrando o caminho certo,
Bastante me protegeu;
Eu juro que Jesus deu
Sarvação a Filisberto.

Depois que os dois livro eu li,
Fiquei me sintindo bem,
E ôtras coisinha aprendi
Sem tê lição de ninguém.
Na minha pobre linguage,
A minha lira servage
Canto o que minha arma sente
E o meu coração incerra,
As coisa de minha terra
E a vida de minha gente.

Poeta niversitaro,
Poeta de cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia,
Tarvez este meu livrinho
Não vá recebê carinho,
Nem lugio e nem istima,
Mas garanto sê fié
E não istruí papé
Com poesia sem rima.

Cheio de rima e sintindo
Quero iscrevê meu volume,
Pra não ficá parecido
Com a fulô sem perfume;
A poesia sem rima,
Bastante me disanima
E alegria não me dá;
Não tem sabô a leitura,
Parece uma noite iscura
Sem istrela e sem luá.

Se um dotô me perguntá
Se o verso sem rima presta,
Calado eu não vou ficá,
A minha resposta é esta:
— Sem a rima, a poesia
Perde arguma simpatia
E uma parte do primô;
Não merece munta parma,
É como o corpo sem arma
E o coração sem amô.

Meu caro amigo poeta,
Qui faz poesia branca,
Não me chame de pateta
Por esta opinião franca.
Nasci entre a natureza,
Sempre adorando as beleza
Das obra do Criadô,
Uvindo o vento na serva
E vendo no campo a reva
Pintadinha de fulô.

Sou um caboco rocêro,
Sem letra e sem istrução;
O meu verso tem o chêro
Da poêra do sertão;
Vivo nesta solidade
Bem destante da cidade
Onde a ciença guverna.
Tudo meu é naturá,
Não sou capaz de gostá
Da poesia moderna.

Dêste jeito Deus me quis
E assim eu me sinto bem;
Me considero feliz
Sem nunca invejá quem tem
Profundo conhecimento.
Ou ligêro como o vento
Ou divagá como a lêsma,
Tudo sofre a mesma prova,
Vai batê na fria cova;
Esta vida é sempre a mesma.

Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré, nasceu a 5 de março de 1909 na Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará.Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Está sendo estudado na Sorbonne, na cadeira da Literatura Popular Universal, sob a regência do Professor Raymond Cantel. Patativa do Assaré era unanimidade no papel de poeta mais popular do Brasil. Para chegar onde chegou, tinha uma receita prosaica: dizia que para ser poeta não era preciso ser professor. 'Basta, no mês de maio, recolher um poema em cada flor brotada nas árvores do seu sertão', declamava. Como todo bom sertanejo, Patativa começou a trabalhar duro na enxada ainda menino, mesmo tendo perdido um olho aos 4 anos. No livro 'Cante lá que eu canto cá', o poeta dizia que no sertão enfrentava a fome, a dor e a miséria, e que para 'ser poeta de vera é preciso ter sofrimento'. Patativa só passou seis meses na escola. Isso não o impediu de ser Doutor Honoris Causa de pelo menos três universidades. Discutia com maestria a arte de versejar. Aos 91 anos de idade com a saúde abalada por uma queda e a memória começando a faltar, Patativa dizia que não escrevia mais porque, ao longo de sua vida, 'já disse tudo que tinha de dizer'. Patativa morreu em 08 de julho de 2002 na cidade que lhe emprestava o nome...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

SARAU DO ELO INCANDESCENTE CONVIDA TROUPOETAS

SARAU DO ELO INCANDESCENTE CONVIDA TROUPOETAS
Os troupoetas são simplesmente uma troupe de poetas e são os convidados do Sarau do Elo
Incandescente. São caras que, apesar das porradas imemoriais sofridas, das escorregadas e atropelos desta malfadada civilização, ainda sentem prazer nas palavras e sentimentos, no som e nas loucuras da musa das musas. Os troupoetas são uma caravana de anarquistas, místicos, céticos, abençoados, malditos, malucos... Os troupoetas são... são... sei lá! Com Marlene Kuhnen, Everaldo Ygor, Arreba, Jaimão, Joel, Nanci, Rasta e muitos outros. Apresentação de Rogério Nogueira.
Bar do Kbeça - Rua dos Samurais, 754 (próx. à Praça Cosmorama) - V. Maria Escondida - Zona Norte. SÃO PAULO - SP. 28/09 (última sexta-feira do mês), às 20h. (11) 9769-5194 c/ Rogério

FONTE: AGENDA CULTURAL DA PERIFERIA, SETEMBRO DE 2007, EDITADA PELA AÇÃO EDUCATIVA.

http://www.acaoeducativa.org.br/

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Cordel Do Fogo Encantado - O Cordel Estradeiro

Cordel Do Fogo Encantado
O Cordel Estradeiro - (Letra e música: Lirinha)

A bença Manoel Chudu
O meu cordel estradeiro
Vem lhe pedir permissão
Pra se tornar verdadeiro

Pra se tornar mensageiro
Da força do teu trovão
E as asas da tanajura
Fazer voar o sertão

Meu moxotó coroado
De xiquexique e facheiro
Onde a cascavel cochila
Na boca do cangaceiro

Eu também sou cangaceiro
E o meu cordel estradeiro
É cascavel poderosa
É chuva que cai maneira
Aguando a terra quente
Erguendo um véu de poeira
Deixando a tarde cheirosa

É planta que cobre o chão
Na primeira trovoada
A noite que desce fria
Depois da tarde molhada

É seca desesperada
Rasgando o bucho do chão

É inverno e é verão

É canção de lavadeira
Peixeira de Lampião
As luzes do vaga-lume
Alpendre de casarão
A cuia do velho cego
Terreiro de amarração
O ramo da rezadeira
O banzo de fim de feira
Janela de caminhão

Vocês que estão no palácio
Venham ouvir meu pobre pinho
Não tem o cheiro do vinho
Das uvas frescas do Lácio
Mas tem a cor de Inácio
Da serra da Catingueira
Um cantador de primeira
Que nunca foi numa escola*

Pois meu verso é feito a foice
Do cassaco cortar cana
Sendo de cima pra baixo
Tanto corta como espana
Sendo de baixo pra cima
voa do cabo e se dana**

*Ivanildo Vilanova, fragmento de um improviso
**Manoel Chudu

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

POEHORAS II

Infiéis temporais...
Everaldo Ygor

POEHORAS Poemas de Tempos e Horas, Infiéis Temporais De EVERALDO YGOR

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

PANORAMA - CÁTIA DE FRANÇA

Diversos são os autores e poesias que eu gosto de vociferar em minhas performances em nossos Saraus aqui em Sampa - BR e nas Cercanias. Este POST especial, vai para toda a Lusofonia que aprecia esse Blog. Faço parte de um grupo, o Sarau do Elo Incandescente, grupo nômade de Sarau Itinerante. Tenho predileção por um poema/música em especial, Panorama de Cátia de França:

Panorama
Cátia de França
Composição: Cátia de França

...vou colocar uma ratoeira no alto do edifício
pra pegar uns avião passando com muita zueira
sem ligar, sem atenção, perturbando o sono alheio
fazendo muito estrupício

das antenas de TV, vou fazer uma bela rede
de fazenda colorida pra pegar uns pensamentos
que por aí vão avoando, sem rumo, com atrevimento
separando eu de você

as casas de cobertura, são dos ricos, eu já sei
já que o chão tá ocupado, se assobem nas alturas
pensando que assim se consolam, são um bando de canários
presos numa bela gaiola

tudo isso não faz inveja pra quem vem lá do sertão
bicho de qualquer qualidade, soltinho na amplidão
jardim na frente da casa, cantando no galho um bem te vi
eu vou é m’embora daqui, eu vou é m’embora daqui...

Paraibana de João Pessoa, aprendeu na infância a tocar piano, violão, sanfona, flauta e percussão. Foi professora de música em sua cidade natal por algum tempo, até começar a compor em parceria com o poeta Diógenes Brayner. Participou de festivais de música popular na década de 60, época em que viajou à Europa com um grupo folclórico. Em 1970 saiu o primeiro compacto duplo, com músicas vencedoras de um festival estadual. De volta ao Brasil, foi para o Rio de Janeiro, onde travou contato com outros músicos nordestinos, como Zé Ramalho, Amelinha e Sivuca. O primeiro LP solo, "20 Palavras ao Redor do Sol", foi lançado em 1979, com músicas compostas sobre poemas de João Cabral de Melo Neto. Gravou outros discos nos anos 80 e em 1997 lançou o primeiro CD, "Avatar", com composições baseadas nos poemas de Manoel de Barros e na literatura de José Lins do Rego. Alguns intérpretes já gravaram músicas suas, como Elba Ramalho ("Kukukaya", "Oitava"). Chico César e Xangai participam de "Avatar". Everaldo Ygor.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

:Pôr do Sol:

Pôr do Sol
Ilha Comprida
Litoral Sul de São Paulo

domingo, 16 de setembro de 2007

sábado, 15 de setembro de 2007

¨Pensamentos Claves¨

Pensamentos claves
Irreflexão irrefutável
De claves não sons
Filtros que não purificam
Águas não potáveis, limpas de culpa.
Osciloscópios visuais, escuros de culpa.
Cegos, míopes perdulários. Sorver e absolver.
Pluralidade estanque
De dias de impostura
Eruptivo Ser de flexão verbal
Bulímico Blues que teima em baldar
Caleidoscópios claves de erupções mentais...
Everaldo Ygor - Revisado nos idos de 2005, 6 e 7.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

HAIKAIS DE BASHÔ

No primeiro aguaceiro
deste inverno terei um nome:
viageiro.

No mar sombrio
dourada ainda
a voz dos patos selvagens.
Agora é inverno
e no mundo uma só cor;
o som do vento.
Entre os lagostins
um grilo:
cabana de pescador.
De que árvore florida
chega? Não sei.
Mas é seu perfume...
Molhadas,
inclinadas:
peônias sob a chuva.
Nesta noite
ninguém pode deitar-se:
lua cheia.
Nem flores nem lua.
E ele tomando sakê
sozinho.
* Do livro Haikais de BASHÔ, tradução de Olga Savary, editora HUCITEC, São Paulo, 1989. Ilustrações: sumiês do mestre Massao Okinaka.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

[ ABRAÇO ]

...Nas cercanias, poucos sentiram a nossa falta. Após longos dias etílicos de prosa e movimento veloz. O abraço foi apertado, longo, perpétuo... Silenciosas faces com lágrimas mágicas douradas ao Sol querendo rolar. Debaixo da castanheira no Pomar ladeado de dois balanços antigos... Castanhas espinhentas ao chão. Vento breve seco. Balanço que era balança... Pesaram os nossos corações, o velho deus Osíris recitou o Livro Egípcio dos Mortos mais uma vez. Absorvi o sabor do silêncio de nuvens claras em azul céu, ouvi sua respiração, senti o pranto coração... Dei abraços que anteriormente não pude dar. Gestos, Afeto, Carinho e Perdão. Palavras não ditas, fortes, malas não prontas, pertences perdidos, lugares inexplorados, tudo era um abarcar apertado e profundo... Fusões sensíveis ao tempo, tudo volta e nem sempre tudo se encontra, reencontra no ritmo dueto de abraços, poemas calados, breves...
Everaldo Ygor – 09.09.2007

terça-feira, 11 de setembro de 2007

"Poehoras"

Infiéis temporais...
Everaldo Ygor

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

"Dicionário de Filmes Brasileiros"

Para os apreciadores da Sétima Arte...
Dicionário de Filmes Brasileiros de Antônio Leão da Silva Neto é um dos mais completos levantamentos já feito sobre a filmografia Brasileira. Fruto de 4 anos de pesquisa, o dicionário nos remete aos primórdios do Cinema Brasileiro em 1908, aos filmes mudos das décadas de 10 e 20, aos musicais dos anos 30, às chanchadas da Atlântida, Vera-Cruz, Cinema Novo, Pornochanchadas e o suposto renascimento...
Arquivo em PDF, vale citar que na mesma pagina de downloads do "esnips" temos o Léxico Guaraní, Dialeto Mbyá - Robert A. Dooley também em PDF... Enfim, é só clicar no link e baixar, ótima leitura para o feriadão de Sete de Setembro aqui em Pindorama.
Em beijo!
Everaldo Ygor

terça-feira, 4 de setembro de 2007

"FONTE"


Foto de Marrrlene Kuhnen.
Milho Verde - MG
Preto e Branco - Janeiro de 2007.

domingo, 2 de setembro de 2007

TANTOS...

Voando no noturno céu
apagado de estrelas
Vislumbro sem espanto
luzes artificiais
pontos amarelados
que movem-se
rápidos e lentos
São tantos, tantos, tantos...

Vi a cidade noturna
do alto
janelas apagadas,
espiando as asas
silenciosas
dos que voam
misturados as luzes
luzes, luzes, luzes...
quase tão silenciosas
quanto à dor

Precisei da ausência
a ouvir o som
estranho do espanto
olhos amarelos
dos que voam
espiando nas
janelas a
ausência de
noturnos
lentos e rápidos
Silenciosos na
Dor de

TANTOS, TANTOS, TANTOS...

- © Marrrlene Kuhnen - 31/08/07 -