Folhas Anoitecer
Crepúsculos
O crepúsculo das palavras, das linhas...
Um atrito inaudível, implacável ao som dos ventos.
Ao escrever, o som propaga no papel, tal qual o som do movimento das nuvens – das curvas, ruído imperceptível.
Da queda de flores & folhas no inverno imortal - austral.
Um arrasto quase eterno, mesmo em dias azuis ou de papéis sem linhas, elas estão lá.
A poesia toda não cabe nos dias, mas adentra o meu coração.
A poesia deve Ser expressão da alma e a toca no mesmo entardecer...
É para os dias - ainda que não caiba neles...
Mas, de algum modo cabe...
Permite reinventar
Linhas...
Caminhos...
Pensamentos...
Sentimentos...
Ela própria...
escutando
Diante folhas vazias - contemplo da janela mais um crepúsculo alvo.
Iluminada embriaguez, balança.
E o vento me faz flutuar.
Everaldo Ygor – Junho 2009.