quarta-feira, 24 de junho de 2009

Folhas Anoitecer

Foto: Google

Crepúsculos
O crepúsculo das palavras, das linhas...
Um atrito inaudível, implacável ao som dos ventos.
Ao escrever, o som propaga no papel, tal qual o som do movimento das nuvens – das curvas, ruído imperceptível.
Da queda de flores & folhas no inverno imortal - austral.
Um arrasto quase eterno, mesmo em dias azuis ou de papéis sem linhas, elas estão lá.
A poesia toda não cabe nos dias, mas adentra o meu coração.
A poesia deve Ser expressão da alma e a toca no mesmo entardecer...
É para os dias - ainda que não caiba neles...
Mas, de algum modo cabe...
Permite reinventar
Linhas...
Caminhos...
Pensamentos...
Sentimentos...
Ela própria...

escutando
Diante folhas vazias - contemplo da janela mais um crepúsculo alvo.
Iluminada embriaguez, balança.
E o vento me faz flutuar.

Everaldo Ygor – Junho 2009.

sábado, 6 de junho de 2009

ADÁGIO

Foto: Syl Vigarani
~
...A poesia é vibração, acontece antes do pensamento...
Um lampejo da alma que sente dor, mas que também graceja em dias fuleiros.
Não se enquadra nas tradicionais quadras dos dias...
Ao 'Ser' apreciada, provoca mudança sutil no coração, acelera reles batimentos.
A alma vibra em sua plenitude e talvez, talvez...
Atinja milhões, milhões de moléculas vibracionais,
lançando assim em campos antes inférteis,
um fulgor radiante - diante trevas, escuridão crepuscular & solidão.
Transpassando a profunda marcante gilvaz na face Amorfa.
Uma nova/velha Luz - reinventando letras, linhas & caminhos...
Narrando mistérios inaudíveis, perpendiculares ao sentimento,
iluminando angústias ancestrais do adágio... E os sentidos, eles os outros em nuance P&B.
- Vetor luminoso - vertical sobre e sob o que se pensava inatingível e ausente até então...

Everaldo Ygor - junho de 2009.