Ladainha da Nossa Senhora da Poesia
Através de nós a palavra cai
Algo sempre passa
Até a morte vertical
Passa, passa, passa...
Na caixa de sonhos
Entreaberto espaço
Longe dos jardins
Gargantas ladeadas pelo Mar
Sempre, sempre, sempre...
Lembranças - hoje aos farrapos
Ficava antes em olhares celestes - agrestes
Devaneios trapos
Vento noroeste
Vento, vento, vento...
No som do esquecimento
De tantas passadas ondas
Abstrato lamento
Que teima - ainda sonda
Eu lembro, recordo, canto e sussurro:
Sonho, sonho, sonho...
Primavera de 2009
Obra: Mary Magdalen in a Grotto de Jules Josef Lefevre 1876.
Obs. A ladainha deve Ser recitada direcionada para o Sol nascente, sempre as
6h. da manhã durante a primavera usando bruma leve e um gole de aguardente barata.