quarta-feira, 9 de abril de 2008

ANDANÇAS...

Capítulo I

O Bar, O Livro & A Cachaça

O Talentoso Ripley
O encontro foi para ver teatro de Rua na Praça da República, sexta-feira á tarde, Assembléia dos Professores Estaduais, começa a garoa, a peça foi adiada, tempo frio, aportamos em um bar “sujinho” próximo a praça, duas doses de conhaque com limão, novas andanças...
Já em outro ambiente, Eu e Mar, estamos no Espaço Cultural Cine Olido, para ver o Documentário é tudo Verdade, terminamos assistindo - O Talentoso Ripley, de Anthony Minghella - afinal é tudo mentira... Espetáculo surreal, pessoas surreais, antes do início da película, uma briga intensa dentro da sala, seguranças e os dois "personagens" expulsos da sessão, o que mais poderia acontecer? Ao lado a famigerada Galeria do Rock, lotada da comunidade do Rock, concentrando para o espetáculo do Velho Ozzy em São Paulo, e a polícia rondando para averiguar a denúncia de que alguns “emos” foram hostilizados por lá...
Ao rever o filme ficamos extasiados, o Jazz, a fotografia, o ritmo vertiginoso, reencontrando o engenhoso Ripley que sempre esteve escondido em nossos porões...
Ao final, uma parada para uma cerveja, um debate, uma pinga com limão, uma análise regada com álcool e nicotina afetando o córtex pré frontal para o debate intenso que caminha em direção a existência e ao prazer do Ser.

São noites e manhãs - nem sempre o álcool é cruel, faz sentir presenças, espectros astrais...

Molha as palavras, turva a mente, de repente mais um gole,

Um olhar, uma boca, eu sou Dali...

Daquele copo ali.


Capítulo II

A Noite do Livro
Fui chamado de Livro, muito lisonjeiro isso - esse novo/velho apelido em meio ao manto do álcool, a discussão acalorada de passados recentes, de filmes, de Amores, de Poesia, de fotos marcantes nas vidas passadas, viagens & nos adjetivos diários, submersos em afagos e contos... O tempo foi passando e a cheia de aguardente e cerveja aos poucos dominando mentes cansadas, transbordando corações e mentes afins...

Enfim acho que gostei de Ser chamado de Livro.


Capítulo III

Primeira Noite & Comidas
De Metrô atravessamos a cidade, vagões lotados, bundas na face, ao chegar poucas palavras, um caldo para aquecer, “Brodo” na madrugada, os sabores, os cheiros, são eles que nos transportam, transbordam de alegria e desejo, viajamos para mundos melhores, belos, sensíveis, beijos longos, incenso e vela, murmúrios e sons, volúpia e prazer até o dia clarear...

Capítulo IV
Quando Nietzsche Chorou
Janis e John & All About Anna
Manhãs são curiosas, misto de ressaca e prazer, alivio e sede, risos e exibições, biografias, fotos e vidas - são assim simples como devem Ser.
Passado, presente – a tarde chega, chega com filme forte - Quando Nietzsche Chorou – O filme mostra o excêntrico encontro entre Nietzsche, Freud e o médico Josef Bauer, promovido pela sedutora Lou Salomé... Em um momento do filme Nietzsche afirma que “nossas vidas continuarão se repetindo infinitamente para todo o sempre, exatamente da mesma maneira como as estamos conduzindo agora”... E não é só isso, é muito mais - é um emaranhado de citações que nos deixam pasmos... O filme é uma viagem ao subconsciente, pois esse encontro hipotético nunca ocorreu, o que ocorre é um encontro dentro das mentes de leitores e espectadores do filme ou do livro, leva a reflexão da solidão, de Amores, da estrada, da família, do intelecto, enfim da vida toda... São nessas telas, nesses debates que existimos.
O tempo passa, fôlego, água, pequenas doses de pinga com Mel, uma soneca, corpo e mente nem tanto revigorados... São eles: Janis e John, de Samuel Benchetrit outra fabulosa história, uma trama que de início parece uma comédia, depois se transforma em uma bela e comovente história de vida, o retorno de John Lennon & Janis Joplin - que também leva a reflexão dos relacionamentos, dos dias, das vivências e experiências, libertação, música e criação... Marie Trintignant, que canta Kozmic Blues no filme é atriz principal e faleceu logo após as filmagens... Ao final o Erótico e hipnótico All About Anna, mais um sobre as relações, sobre o sexo verdadeiro, encontros e desencontros, relações simples com atores intensos... Enfim todos os filmes com uma fotografia bela, trilha sonora marcante, verdadeiros, que nesse momento atingiram os espectadores de forma mágica, interiorizando sentimentos, expondo emoções, fazendo crescer e caminhar por terras distantes... Ao final desse filme, outro encontro dos corpos, agora para sentir juntos, ao mesmo tempo os mais belos e intensos momentos gozosos da existência, ao final um sorriso...


Capítulo V
Lição de Casa ou Resumo de Textos
Resumo dos Textos
Pela manhã, deitada em cama caída, os olhos se abriram, espreguiçou o corpo, leve sorriso em lábios finos, esfregou os peitos em costas peludas. Levantou-se, olhou o dia que ainda parecia noite, e num exato segundo toda a escuridão lhe invadiu; lembrou-se em um susto, que era domingo.
Foi a cozinha, a água para o café, o bolo do dia anterior esperava a ser degustado...
Conversa rápida de despedida, caminhos chuviscados até o ônibus, até o mercado...Compras para a semana.
Os filmes assistidos, que a princípio, parecia uma leve comédia para descontração, mostrou-se superior ao esperado. Reflexões da vida, dos caminhos sem pegadas, um forte blues...uma lágrima de homem e uma estrada retomada.
O segundo agora mais picante, causador de arrepios na pele...O gozo chamando, esfrega, invade delicadamente a mente atenciosa na tela, UFA...Começa a dança, um gargalho espalhado pela casa, dois corpos satisfeitos tomados de energia nirvânica.
Agora é domingo, lá fora a chuva grossa cai...
Marlene Kuhnen 05/04/2008
Capítulo I ao IV, Fotos I, II, III e V- Everaldo Ygor

Capítulo V - Foto IV - Marlene Kuhnen
Ao som de Marie Trintignant Kozmic Blues:

36 comentários:

lenekuhnen disse...

Essa voz rouca, emprestada, dada,atormentada...
Leva para estradas, entradas...
Uma lágrima caída, um imenso barco a flutuar
sobre um oceano de risadas,dadas...bem DADAS
Marlene

O Profeta disse...

Hoje não vou falar de amor
Hoje tenho saudade de canções
De uma voz perdida no tempo
Que me ensinou o sonho, as emoções

Hoje senti saudades da minha rua
Da casa fria e quente da ternura
Do cheiro a lenha, pão amassado
Dos abraços tidos de forma tão pura


Hoje convido-te a saberes um pouco de mim

Bom fim de semana



Abraço

Dih Fernandes disse...

Cara não li todo o post, mas eu sempre quis ir a um teatro, mas nunca pude ir, e a um show de jazz seria um máximo !!!
Na questão de leitura eu não sou muito bom mas...

Abraço

http://dihdusbeko.blogspot.com/

Anônimo disse...

Poeta, mas que longa, louca e cheia de prazer essa sua andança!

* hemisfério norte disse...

eu andi tão mal, tão mal...q acho q estou a precisar é de uma valente cachaça
bjs
e bom fim de semana
a.

Unknown disse...

como sempre.....muito bom!

abraço!

www.locupletado.wordpress.com

Anônimo disse...

Sempre um excelente post por aqui
regado a muita nicotina e birita rsrsrrsrsrrsrs...
Valeu!

www.indicacao.wordpress.com

blog disse...

Uma bela crônica de nossos dias, com seu ponto de vista - aliás, o ponto de vista de um "livro".
Nada mais justo que seja assim: o palavreado que não é exato, as imagens que se mirabolam, os filmes que se misturam aos vocábulos.
Enquanto Nietzsche chora e rola Kosmic Blues.

valeu, camarada.
Como sempre.

Dan Dualiby disse...

Interessantíssimas andanças!
Bem poetizadas...

http://pontodcom.blogspot.com

Anônimo disse...

Nada mais justo afinal. Nas andanças momentos felizes e o aconchego dos amigos. E, no final, a música para fechar com chave de ouro...

Belo texto.

Rafael Puime disse...

Bela e cultural Peregrinação. Me deu vontade de assistir de novo o Talentoso Ripley. E me deu vontade de ler Nietzsche novamente...
Continue com essas belas jornadas, e continue nos presenteando com esses belos textos!

Grande Abraço!

Anônimo disse...

Cara eu fiquei meio perdida nesse textom, me deu a impressão que era um belo domingo, e no dia segunte a ressaca, entende?!


'São noites e manhãs - nem sempre o álcool é cruel, faz sentir presenças, espectros astrais...'

beijos

ED CAVALCANTE disse...

É MUITA COISA PARA UM COMENTÁRIO SÓ! SOBRE OS EFEITOS DO ÁLCOOL: COMO QUALQUER OUTRA SUBSTÂNCIA, EM PEQUENAS DOSAGENS PRVOCA PRAZER. USE MODERADAMENTE! KKKKKKKKKKKKKKKKKKK

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Que suas andanças não terminem tão cedo e continuem trazendo palavras como essas, tão boas de ler!

beijos...

http://deamoredeletras.blogspot.com

Denise Machado disse...

Livro,
Minha cor é lilás, mas nesse exato momento estou roxa, de inveja!
Que delícia, como eu não estava?
Como posso eu, assim, dessas que sou daí, desse copo, não beber dessa pinga e sugar esse mel?
Bundas na face a parte, o restante eu topo.
Muito bom conhecer vc cada dia mais e me entusiasmar ao ponto de te chamar merecidamente de Livro, além de Ygor.

(Didixy) Conquistadores disse...

Olá, não me leve a mal. Talvez você não goste desse tipo de comentários, mas como estive fora do blog por 3 dias, hoje estou passando somente para agradecer a todos que comentarão no meu blog. Obrigado.

______________________________
www.conquistadoresdm.blogspot.com
Entre em nossa comunidade do Orkut.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=49083389

young vapire luke lestat disse...

Que delicia ler este teu post ......
Que saudade de sampa e poder relembrar estes locais q fazem parte de minha historia.de vida.
Os bares sujos , a galerias do rock, as seções coolt de cinema.
E que super receber o nick livro......

Meu amigo seu blog continua impecável parabéns.

[]s L.Sakssida

Rafael Puime disse...

Ah!
Só pra te avisar, coloquei seu link no meu blog, ok?!

Grande AbraçO!

sacodefilo disse...

Gostei do estilo de texto como um todo e do trocadilho...
Eu sou DALI... rs
Muito espirituoso.
Parabéns

Anônimo disse...

Keep up the good work.

abraço!

www.locupletado.wordpress.com

Rafael Almeida Teixeira disse...

Não li seu conto, mas saiba que gosto do que vc escreve.

Valeu a visita

Abraços do O Grapiúna

Anônimo disse...

E viva os livros, os filmes e a birita!!!
Um abraço!

www.indicacao.wordpress.com

Volúptas disse...

Muitas virgulas, muitas cenas, muita musica e muitos detalhes.
Parabens.

by voluptas

ED CAVALCANTE disse...

JA COMENTEI ESSE POST MAS VOLTEI.CARA, EU MNE PERDI UM POCO PORQUE O TEXTO É GRANDE E CHEIO DE INFORMAÇÕES E METÁFORAS. PROMETO SER MAIS PERTINENTE NA PROXIMA VEZ! ABRAÇO!

Glauver Souza disse...

Hey adorei seu post...
mto bom meeeeesmo!
vc escerve mto bem!
arrasou!
=D

http://sirdomquixote.blogspot.com/

Anônimo disse...

Acho que essa história ou capítulos de um livro, são as coisas mais reais que li na internet nos últimos tempos... Parabéns para você Poeta e para a escritora Marlene.
[ ]

Anônimo disse...

Em primeiro lugar, que maravilha de texto, um teatro é perfeito!
Vou falar sobre duas coisas que me chamou a atenção. A primeira são os textos escritos regados a muita cerveja e nicotina... a fase da nicotina já passou.. rs
Mas às vezes rego com cervejas e conhaque, limão e gelo!
E a segunda são as imagens mais que perfeitas as quais você postou, lindas.
Parabens pelo blog! Sempre estarei andando por aqui!

Panizzi disse...

tão cheio de expressão
muita informação
e pouco intendimento.

Renato Fernandes disse...

No final das contas o espetáuclo valeu a pena... Voltou para tomar novas doses do conhaque?
.....
Estou indo para lá....

Meu blog é esse
www.ogritonoticias.bogspot.com
mas pediria comentários para essa matéria
http://ogritonoticias.blogspot.com/2008/04/me-acusa-guarda-municipal-de-botucatu.html

blog disse...

Só para constar: recomendei a alguns alunos o filme e mais uma vez me refestelei com a beleza de Joanna Pacula.
Quase infernal.

Wander Veroni Maia disse...

Se a saída valeu a pena...isso é o mais importante...hehehe...

Abraço,

=]

Anônimo disse...

mais em? ...

Janice Diniz disse...

Obrigada pela visita e pelas palavras, sempre generosas. Esse teu artigo sobre o filme da Janis Joplin me chamou a atenção por dois motivos: primeiro, gosto muito da cantora e a escuto nas horas mais terríveis da criação...rs E o outro motivo é em relação à atriz (que eu não conhecia) que a interpretou no filme. Quando li que ela havia morrido logo em seguida, tão linda e tão talentosa, pesquisei no Google e a revelação de que foi morta pela namorado roqueiro e, ainda por cima, espancada, me deixou quietinha por uns minutos. Que merda.

Bem, beleza e talento nunca foram passaportes pra felicidade, né? Cada qual que agarre a sua bóia.

Continuarei te acompanhando.
E nunca deixe de me visitar:

http://teofilinabermacia.blogspot.com

Ah, te linkei lá no meu cantinho.

banzooo disse...

...ah, andanças assim que eu queria por aqui... gostei do blog, anderei sempre por aqui... uma dose de conhaque com limão e um brinde!

Vanessa B.

(Didixy) Conquistadores disse...

Realmente muito bom como já disseram. Fica até difícil fazer um comentário, pois ficaria repetitivo. Mas gostei muito e principalmente da música no final.

abs
______________
Veja: "50 Melhores animações/desenhos animados"

www.conquistadoresdm.blogspot.com

Entre em nossa comunidade do Orkut.
Comunidade dos Conquistadores

Anônimo disse...

Quase tive um surto quando li 'Quando Nietzsche chorou', esperava um pouco mais do livro.

Bem, de bares e álcool eu nada entendo. Mas de livros, é paixão incondicional.
Gosto imensamente do seu vocabulário. Expressivo e audacioso.

Beijocas
www.lizziepohlmann.com