“Antigas Verves”
The Holow Men
T.S. Eliot
– As mãos dadas na varanda, nessa jornada ao relento dos dedos cheios de ondas, cheios de anéis, afeição & cheios de água sangue.
O que a face dela entrega?
O que o olhar dele diz?
O que T.S. Eliot fala?
Em que época está situada na inusitada linha do tempo, em 1917 na Revolução Russa ou 1968 na utopia de revoluções inacabadas, perdidas no surreal tempo da cultura Hippie - acho que não... São personagens das Crônicas dos Dias – camponeses dispersos - andarilhos luminosos astrais, informais, até perderam o brilho e na certa foram e são Poetas. Instante volátil & infinito, faz meus olhos e ouvidos sentirem o breve cochicho dela para ele, de súbito desperto do devaneio louco, tomo mais um “tinguá” - e deslizo a mão trêmula sobre o teclado. Ao fundo um girassol - acho graça, cena forasteira, mas que foto estranha e suntuosa... Faces pela metade, corpos pendendo para os lados. E o Senhor do Tempo sempre cumprindo sua tenebrosa missão de envelhecer fotos & Seres, escritos e poemas, preenchendo espaços de saudades que não voltam mais, lento impôs ao meu Ser essa imagem terrena, nem Lua, nem Sol, entardecer em Preto & Branco Envelhecido, dentro e fora de mim, no espectro do descompasso do meu coração, assim encanta. Transcender essa desconexa redação, transformar em Poesia o que já é Poesia, é absurdo do final dos dias, talvez todas essas linhas sejam inúteis, e somente, tão somente a foto, só é - poesia original.
Mas, ao olhar mais uma vez os rostos pensativos, as nuances, a paisagem, as vestes, sombras penetrantes dessa foto canção, o coração fala das dores de Amar, armar pensamentos para viver, da beleza abstrata contida naquele instante, tranqüilidade, cumplicidade, elementos essenciais para o poetar. Sua Verve é inesquecível, motivo de adjetivos diversos - inesgotáveis para descrever os imóveis Seres de Chapéu de Palha... Enfim, podem Ser - Matamoros, da Fantasia da obra de Hilda Hilst – Tu não te moves de ti. Todas as vozes internas de homens, mulheres e fotos... Paro por aqui - depois de tanto tempo, na angústia de escrever símbolos, lutando para que outros parem de lutar, polindo o pó da estrada que impregnou as vestes negras, na emoção humilde que nada sei, senão a infindável arte de adjetivar, caminhando sempre para o encontro inevitável e inesperado com o velho e imortal Tânatos...
Janeiro até Junho de 2008 - revisado muitas, muitas vezes...
Everaldo Ygor