Folhas Anoitecer
Crepúsculos
O crepúsculo das palavras, das linhas...
Um atrito inaudível, implacável ao som dos ventos.
Ao escrever, o som propaga no papel, tal qual o som do movimento das nuvens – das curvas, ruído imperceptível.
Da queda de flores & folhas no inverno imortal - austral.
Um arrasto quase eterno, mesmo em dias azuis ou de papéis sem linhas, elas estão lá.
A poesia toda não cabe nos dias, mas adentra o meu coração.
A poesia deve Ser expressão da alma e a toca no mesmo entardecer...
É para os dias - ainda que não caiba neles...
Mas, de algum modo cabe...
Permite reinventar
Linhas...
Caminhos...
Pensamentos...
Sentimentos...
Ela própria...
escutando
Diante folhas vazias - contemplo da janela mais um crepúsculo alvo.
Iluminada embriaguez, balança.
E o vento me faz flutuar.
Everaldo Ygor – Junho 2009.
17 comentários:
Olá. vi seu blog no orkut, então vim comentar. Não sou muito fã de poesia, mas gostei do jeito que você escreve, parabéns.
Sucessos!
Vc escreveu um poema didático, caro Everaldo? Eu ainda prefiro pensar que a poesia reside nos atos, e nos fatos.
E vc vai, sempre, intertextualizando seus textos. É isso aí. Temos de fazer algo com a informação, não?
E tome citação de Drummond!
Abraço.
bem massa
ótima escrita ^^
Você escreve muito bem, parabéns! Suas palavras transmitem paz...
A poesia, esta em especial, mostra claramente o 'entretempo' de Levinas ou o q Blanchot chama do abandono de todos os jugos pra alcançar a ampliação de todos esses limites sem limites da cultura, rompendo os círculos, transgredindo leis, criando conceitos, 'parando' o tempo nesse entre da arte que paradoxalmente significa a vida e não há utilidade prática...
Viajei!
beijos, adorei a poesia!
Cabe sim, é só dar um jeitinho.
Não sei se posso localizar ou tipificar a poesia.
Para mim, na verdade, só existem dois tipos: a que eu gosto e a que não gosto.
a poesia reinventa-nos. belo.
beijos
Gosto bastante da palavra "crepúsculo", pois ela acaba por denotar várias coisas. É um vocábulo muito forte.
Gostei também da metalinguagem de que fez uso. Penso que explicou muito bem o sentido da poesia.
Até mais!
Haverá?! Há sempre uma deusa perdida
Nos labirintos da contradição
Há sempre alguém que usa a palavra amor
Soprando doce veneno ao coração
Há sempre alguém que nos diz coisas tontas
Há sempre alguém que afugenta a Saudade
Há sempre alguém que nos marca a ferro frio
Há sempre uma alma ausente da verdade
Bom fim de semana
Abraço
Nossa gostei do poema, e a foto é super criativa, adorei o conjunto dos dois, deu mais emoção pro poema.
Beijos, Carol
Poesia não provoca "som", mas é como se o fizesse ...
Nota 10, rapaz.
Continue assim!
www.teoria-do-playmobil.blogspot.com
Tbm não gosto disso, não não não.
tbm não gosto disso, não não não.
Boa noite... na procura de poetas marginais e esporádicos, encontrei este blog e pelas poucas poesias, ainda, lidas... curti demais.
Chamou-me a atenção pelo modo como escreve neste poema alinhando à margem direita, algo excêntrico mas elucidador de liberdade... curti demais! A propósito... excelente poesia.
Bacana... curti demais seu texto, não li todas ainda mas a julgar por esta poesia vejo que tens um prato cheio... achei bacana demais.
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