Ladainha da Nossa Senhora da Poesia
Através de nós a palavra cai
Algo sempre passa
Até a morte vertical
Passa, passa, passa...
Na caixa de sonhos
Entreaberto espaço
Longe dos jardins
Gargantas ladeadas pelo Mar
Sempre, sempre, sempre...
Lembranças - hoje aos farrapos
Ficava antes em olhares celestes - agrestes
Devaneios trapos
Vento noroeste
Vento, vento, vento...
No som do esquecimento
De tantas passadas ondas
Abstrato lamento
Que teima - ainda sonda
Eu lembro, recordo, canto e sussurro:
Sonho, sonho, sonho...
Primavera de 2009
Obra: Mary Magdalen in a Grotto de Jules Josef Lefevre 1876.
Obs. A ladainha deve Ser recitada direcionada para o Sol nascente, sempre as
6h. da manhã durante a primavera usando bruma leve e um gole de aguardente barata.
15 comentários:
Ladainha.
e eu leio, leio, leio
Só posso te elogiar por esse post perfeito!
Parabéns!
Te cuida!bom fim de semana pra ti!
Cachaça ás 6h da manhã é realmente um bom energético para o resto do dia... haushuahsa Pode-se recitar a ladainha com café?
Bacanérrimo !
(Obrigada pela visita, não se demore a voltar)
...Às vezes uma intensa alucinação
Em que viajas pelo meu eu
Às vezes o mundo fica em espera
Da união do mar com o céu
Onde param os teus anseios
Onde encontras a sublime calma
Nestes dias de dura tormenta
Onde aqueces a tua alma?
Voa comigo...
Abraço
tão linda~
, a ladainha
bjs
a.
Estou novamente por aqui, por tempo indeterminado, nada certo ;)
.
Gostei das analogias meu caro! seu jeito de escrever já me agradava, e agora, parece entoar mais o abstrato!
^^
deu até para tocar o abstrato com meus olhos.
Poesia combina com bebida e cigarro ;)
.
Abraços^^
Inspiradissimo mesmo,desde o nome até a ultima estrofe,digno de publicação,e olha que o meu negócio é escrever contos.
Pavarote! Tirinhas http://oficinamissoes.blogspot.com/
Gostei de tudo a imagem é ótima também!!
Saudações poeta.
Seu trabalho, ainda, encanta.
nossa muito show,
e eu curto o post curto o post curto o post!
até mais
Querido amigo avassalador... ladainhas são a versão catolica para os mantras! chegam em alguns momentos tirar a consciencia do crente.
De metrica bonita, mas persitente... uma ladainha sem fim.
Poesia é que nem cachaça, se é da boa, desbaratina, bate forte. Se não é, só dá dor de cabeça...
Cada vez maior sua intimidade com as letras.
Admirável ladainha.
Te aguardo por lá, até mais!
beijo
Postar um comentário