[ ABRAÇO ]
...Nas cercanias, poucos sentiram a nossa falta. Após longos dias etílicos de prosa e movimento veloz. O abraço foi apertado, longo, perpétuo... Silenciosas faces com lágrimas mágicas douradas ao Sol querendo rolar. Debaixo da castanheira no Pomar ladeado de dois balanços antigos... Castanhas espinhentas ao chão. Vento breve seco. Balanço que era balança... Pesaram os nossos corações, o velho deus Osíris recitou o Livro Egípcio dos Mortos mais uma vez. Absorvi o sabor do silêncio de nuvens claras em azul céu, ouvi sua respiração, senti o pranto coração... Dei abraços que anteriormente não pude dar. Gestos, Afeto, Carinho e Perdão. Palavras não ditas, fortes, malas não prontas, pertences perdidos, lugares inexplorados, tudo era um abarcar apertado e profundo... Fusões sensíveis ao tempo, tudo volta e nem sempre tudo se encontra, reencontra no ritmo dueto de abraços, poemas calados, breves...
Everaldo Ygor – 09.09.2007
Everaldo Ygor – 09.09.2007
5 comentários:
castanheira que chorava
espinhos maduros
e entre soluços
balbuciava um pedido
socorro...
por suas raízes maduras e quase expostas
que precisavam de alimento...
E eu abraçava...
tão distante querendo a hora de partir
sequer limpou as lágrimas vermelhas
da amora madura a espera de nascer
e sangrei no brilho de minha faca
mistura com a luz do sol, cegou, cegou...
"o mar
sou eu
coração posto à deriva
(mar errante
no porão de uma nau perdida)"
Lúcio Lins
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