HAIKAIS DE BASHÔ
No primeiro aguaceiro
deste inverno terei um nome:
viageiro.
No mar sombrio
dourada ainda
a voz dos patos selvagens.
Agora é inverno
e no mundo uma só cor;
o som do vento.
Entre os lagostins
um grilo:
cabana de pescador.
De que árvore florida
chega? Não sei.
Mas é seu perfume...
Molhadas,
inclinadas:
peônias sob a chuva.
Nesta noite
ninguém pode deitar-se:
lua cheia.
Nem flores nem lua.
E ele tomando sakê
sozinho.
* Do livro Haikais de BASHÔ, tradução de Olga Savary, editora HUCITEC, São Paulo, 1989. Ilustrações: sumiês do mestre Massao Okinaka.
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