terça-feira, 24 de julho de 2007

Dias de frio e chuva em Sampa e Cercanias...

Dias de frio e chuva em Sampa e Cercanias...
Chovia muito e o frio pairava na manhã de segunda-feira, ontem dia 23...
Já fazia um bom tempo que havíamos marcado uma visita ao Sítio da Família Busca Pé em Terra Preta. " Essa é a pegada!" Foi a gíria do dia...
Reunimos, eu, Chiquinho (dono do barraco) e o Carlão (eletricista) que iria fazer reparos na rede elétrica local... Pela manhã começamos os preparativos, cerveja, carne, pão e capas de chuva... Eu; folhas de papel em branco, caneta e lápis no bolso... Horas depois, muitas horas, estávamos na estrada esburacada e escorregadia com visão ofuscada pela neblina, a Brasília Amarela 1970 deslizava estrada adentro via Fernão Dias...
Com paradas estratégicas em bares, fomos aquecendo o caminho e nosso motor, conhecendo atalhos até a porteira do sítio em Mato Dentro, lugar mágico encravado na Serra... Cheiro de mato, de chuva, de pensamentos com cheiro da bela MãeTerra. Conheci novas plantas como o Pé de Incenso e a Novalgina... Acreditem, isso nasce do solo, em belas, aromáticas e formosas plantas... Sem perder tempo, preparei minhas mudas debaixo do aguaceiro.
Descemos em progressão na direção do vale, lama escorregadia, encontros com o Pé de Canela, Laranjeiras, Limoeiros, temperos diversos e um gigante e incrível Abacateiro que escalamos logo...
A chuva, não dava trégua, a névoa cobriu o vale e o frio incauto penetrava nossas vestimentas úmidas. Bebericamos, conversamos, contamos causos com o vizinho Sr. Alberto, oriental e profundo conhecedor da historia oral... A solução vem de Portugal de remanso, tomamos então a Bagaceira! Ufa! Que calor...
Churrasco em plena segunda-feira, resistimos à tentação surreal de ficar e não voltar. Tralhas no veículo, destinos traçados para a cinzenta, mata fria e chuvosa Sampa.
No retorno, parada em Mairiporã, mais uma gelada na antiga padaria, relembrando histórias antigas, de como aquela cidade crescera, tudo muda, nós mudamos... Visitamos um grande estabelecimento que comercializa todos os acessórios para Sítios e afins... Uma bela loja no centro, que ainda tem fogões a lenha e artigos bem interessantes e curiosos desde mudas diversas até cutelaria e outras diversidades...
Mais estrada e chuva, a noite cai e nós acendemos nosso farol de milha, abrimos espaços nos entroncamentos e atravessamos a neblina densa, gélida sentido Sampa ainda Esfumaçada...
Atracamos molhados no Bar do Chiquinho, conhaque e mais histórias de aventura de segunda...
Inacreditável, mas real, caminhos em dias de água, friagem que estimula a escrita interior, visitas interiores em lugares que no Déjà Vu diário, nos faz lembrar de lugares que nunca estivemos, ou estivemos em outras dimensões... Ou estamos em nossos dias, enclausurados em nossa própria escrita e tempo. Enfim, apenas estamos escritos...
Everaldo Ygor

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