terça-feira, 31 de julho de 2007

Morre aos 94 anos o cineasta Michelangelo Antonioni

Morre aos 94 anos o cineasta Michelangelo Antonioni
Antonioni: o cineasta dos problemas e angústias do homem moderno...
O diretor de cinema italiano Michelangelo Antonioni, conhecido por sua ruptura com o neo-realismo italiano em filmes que representavam os problemas e angústias do homem moderno, morreu na segunda-feira em Roma, aos 94 anos.
A carreira cinematográfica de Antonioni, onde destacam os bons retratos sociais e do interior humano, inclui diversos longas e curtas-metragens.
Antonioni recebeu vários prêmios internacionais, entre eles o Oscar pelo conjunto da obra (1995), a Ordem Legião de Honra da Francesa (1996) e o Prêmio Félix de Academia Européia de Cinema (1993).
O diretor, roteirista e crítico de cinema italiano nasceu em 29 de setembro de 1912 em Ferrara, no norte da Itália, em uma família da alta burguesia.
Começou a carreira escrevendo críticas de cinema nos jornais Il Corriere Padano e L'Italia Libera, em que atacou o cinema fascista de Mussolini, e colaborou com a revista Cinema, de Roma, onde morava desde 1939.
Na capital italiana, Antonioni cursou cinema no Centro Experimental, um dos focos de resistência intelectual ao fascismo.
Suas primeiras experiências práticas no cinema se iniciaram em 1942, como co-diretor do filme Un pilota ritorna de Roberto Rossellini, e de I due Foscari de Enrico Fulchignoni, e como assistente de Marcel Carteira em Os Visitantes da Noite.
Antes da queda do fascismo, rodou o primeiro curta-metragem, A Gente do Pó (1943), que concluiu em 1947.
A "estréia" na direção foi em Crimes da Alma (1950), ao qual se seguiram os longas-metragens Os Vencidos (1952), A Dama sem Camélias (1953), Tentativa de Suícidio (1953), As Amigas (1955) e O Grito (1957).
Em 1960 rodou A Aventura, Prêmio da Crítica do Festival de Cannes e filme que marca o início de sua etapa madura, no qual trabalhou pela primeira vez com a atriz Monica Vitti, musa de quase todos os seus longas e com a qual viveu um longo romance.
Outra das atrizes de Antonioni foi Lucia Bosé, que esteve em Cronaca di un amore e que depois protagonizou A Dama sem Camélias como a personagem Clara Manni.
Depois chegaram A Noite (1961), que recebeu o Urso de Ouro do Festival de Berlim; O Eclipse (1962), Prêmio Especial do júri de Cannes; e O Dilema de uma Vida (1964), Leão de Ouro de Veneza.
Antonioni também recebeu a Palma de Ouro de Cannes por Blow Up - Depois daquele Beijo (Blow Up, 1966), considerada sua obra-prima e a primeira que rodou nos Estados Unidos.
Nas décadas de 70 e 80 dirigiu Zabriskie Point (1970), Profissão: Repórter (1974) e Identificação de uma Mulher (1982), seu primeiro longa-metragem elaborado com técnicas de alta definição.
A partir de 1986, sua aparição no cinema foi ocasional devido a um derrame cerebral que o deixou sem falar e com problemas de mobilidade.
Em 1993 interpretou um oficial de cavalaria mudo no filme do diretor francês Alain Robbe-Grillet A Fortaleza.
Com o alemão Wim Wenders rodou Além das Nuvens (Al di là delle nuvole, 1995), uma co-produção franco-teuto-italiana baseada no livro de Antonioni That Bowling Alley on the Tiber (1983), que ganhou o prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) em Veneza.
Ferrara, sua cidade natal, abriga desde 29 de março de 1995 o Museu Antonioni, e a Itália o homenageou em seu 90º aniversário, em 29 de setembro de 2002, por seu "profundo interesse pelas relações humanas, especialmente do casal, e um grande conhecimento da alma feminina".
Michelangelo Antonioni se casou duas vezes, em 1942 com Letizia Balboni e em 1986 com Enrica Fico, com quem compartilhou a paixão pelo cinema.
Fonte: EFE

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