quinta-feira, 19 de julho de 2007

Verba volant, scripta manent...

Verba volant, scripta manent...
Dias no Campo Verde, seco, vivo, água fértil e infértil. Poemas e fogueiras em noites frias.
De 07 até 12 de Julho, Nazaré Paulista, sítio Quatro Irmãs, antigo Girassol.
O fogo de Nazaré, queima vaidades, queima saudades de cidades, ao som poeta de Pablo Neruda ao meu som, ao som da gaita, do caderno da poesia prosa de sabor som Jasmim.
E o tempo? Tempo senhor fumaça de eucalipto, jasmim, hortelã e outras ervas aromáticas. Jasmim de terra prometida aos raros, verde de floresta devassa, de gramados e sons vivos da floresta campo casa sexo gente feliz.
“Para ficar vermelho
Mãos fortes domando potra...
segurando em suas ancas febris
arrancando gritos,
quebrando o silencio da noite
Vendo reluzir um belo sorriso, que riso...” Marrr.
A casa é branca com rede azul na varanda, Ilumina!
Estrelas ao céu e o tilintar de Seres nem muito ou pouco humanos grunhidos, canto dos pássaros, som da cachoeira.
E o Sol, o Sol escondidinho na cozinha do Marrr, está em todo lugar...
E eu, contrariado por Ser apenas eu... Tabacos e comidas, álcool e vinho, gostos e lugares, temperos e temperamentos para apenas uma caminhada semana feliz.
Logo mais o regresso. E o que o futuro guarda? Trabalho, namoro, correria, Sampa, Sol e Frio. Não importa, e sim a porta e janela abrem, guardamos a sensação de mais uma estrada de plantio e colheita Girassol. De portas e janelas transpassadas por fotos que não dizem nada, apenas murmuram a poesia prosa do olhar escondidinho...
Fotos, tralhas de pesca, varas ao Marrr, vento forte no pesqueiro, cevada, reflexões no reflexo do espelho água, face água, do tanque pesca vazio e penso pensamentos, reflexões e fisgadas de água gelada só...
Ao sair, horas antes, horas atrás, o frio chega até o refúgio Girassol, névoa fria, noite sonora de vento forte, ao som de pássaros, ao som de nossas cansadas vozes, ao som da antiga new age da fita K7, que é remanescente da fumaça corpo de fogueira da noite anterior, do quentão que aqueceu a brisa gélida, vinho quente que passou rápido, vinho que avermelhou a noite, fomos e formamos nossas malas e arrumações no refúgio, levados aos caminhos e descaminhos que levam de volta para lugar algum, para as cidades, idades, nem tão belas assim, nem tão férteis assim... Algumas dores retornam, outras fingem acontecer, eu caminho entre casas, ruas e praças, saudades de lá de cá, calado aquecido pela lembrança das Fogueiras Girassóis.
Everaldo Ygor.

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